terça-feira, 16 de março de 2010

Fiel... até que a morte nos ampare

Se fingi, traí.
Se escondi, traí.
Se menti, traí.
Se amei, traí...

Fui sempre tão fiel aos outros, mas e à mim?
Grande foi o desgosto quando eu descobri
que não ao outro, mas a mim mesmo, abati.
No espelho tentei mentir pra mim desviando o olhar,
eu não podia me encarar.
Por um tempo consegui esconder de mim
Em algum lugar lá dentro, no escuro, lá no fim.
E com medo de arriscar, conseguia mentir até pro meu pensar,
Mas e ao pulsar, quem pode oprimir
Se o verdadeiro se faz cuspir
Pra um lugar onde só se pode despir?
A verdade gosta de se bronzear no sol
Pra depois se exibir, seja contra, ou seja em prol.

Até que um dia, cansado de me furtar, decidi
Não vou mais me trair.
Fielmente escrito na mente com Nanquim:
Agora sou fiel a mim!
Não alcancei o encontro, apenas o meu próprio,
Que embora esteja mais sóbrio,
Continua insano, desbocado e atrevido
Porque onde antes não havia existido,
Agora vive uma aliança entre "eu" e "comigo",
E que ninguém separe:
Fiel... até que a morte nos ampare!

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